Hierarquia Chinesa USKF
É de suma importância para todo praticante dos sistemas de KUNG FU da AFK ter conhecimento da filosofia que é encontrada no uniforme e nas cores das cintas (vide estilos www.fatshan.com.br) e representam a base que tem assegurado a perpetuação da arte marcial chinesa através dos tempos. Por exemplo, existe uma hierarquia (títulos) dentro da família KUNG FU que abarca nomes específicos. O uso do titulo por cada pessoa desde a antiguidade é tido como um sinal de respeito, obediência e desenvolvimento do caráter humano. A graduação é baseada mais no tempo de pratica do que na idade do praticante.
A hierarquia KUNG FU dentro da USKF/AFK é semelhante á estrutura familiar utilizada não só pelo povo chinês como também por outros povos antigos como judeus, onde o pai exercia o papel de líder, cabeça responsável pelo sustento e educação (disciplina) dos seus filhos e esposa. Em sua ausência ou morte, caberia ao mais velho (esposa ou filho mais velho) proteger e zelar pela ordem da casa, até que os mais novos adquirissem estrutura suficiente para resolver seus próprios problemas, constituir uma família, etc.
Um jovem aluno que ingressa em uma escola de KUNG FU tradicional deve sempre prestar respeito ao seu Sênior (Superior) antes de si próprio. Mesmo se o jovem estudante se achar melhor ou superar o Sênior ele ainda assim deve prestar respeito ao seu superior. E não é uma lei, mas uma regra seguida pela filosofia de treinamento dada por cada escola. Seu PROFESSOR (Instrutor, Professor, Mestre, Grão-Mestre, etc.) será sempre seu professor não importando o quanto você tenha progredido e se irá treinar em outro local deve sempre manter respeito pelo antigo Professor e jamais falar mal dele e do antigo KWOON (Academia) e mesmo outros praticantes e estilos ou modalidades marciais, pois segundo antigos mestres o caráter de todo praticante e forjado pela hierarquia e disciplina, portanto, criticar o próximo é o mesmo que não se dar o devido respeito, comentando de forma maldosa sobre a competência deste ou daquele profissional. Isso é Ética Marcial.
Sem hierarquia não haverá respeito, sem respeito não haverá disciplina, sem disciplina não haverá ordem, sem ordem não haverá equilíbrio, sem equilíbrio não haverá vida (continuidade). Por este ângulo, percebe-se a importância da hierarquia na perpetuação de uma família kung Fu onde o mestre (Sifu) é o responsável pela veiculação de um estilo. O SIFU é a autoridade máxima dentro de uma família kung fu seguido pelos seus alunos e discípulos.
De acordo com a tradição, o Aluno novato deve obediência ao Aluno mais velho, que deve obediência ao grande Aluno mais velho, que deve obediência ao Aluno discípulo (Aprendiz), que deve obediência ao seu Sifu (Mestre – Pai).
A hierarquia deve ser alimentada para que a arte não perca sua essência. Os bons hábitos devem de inicio, ser uma obrigação para que com o tempo se tornem naturais. Na natureza sempre existe uma hierarquia e cada coisa tem sua própria função. Se esta ordem for perturbada, o funcionamento será interrompido e todo o conjunto desmoronará. O aluno mais velho deve servir de exemplo aos mais novos que, mais tarde, servirão de espelho aos recém chegados. Como diz o dito popular, o habito faz o artista marcial.
O aluno inicia no lar o aprendizado da disciplina e, portanto deve obedecer a hierarquia familiar e na escola e/ou academia também obedecer aos professores e superiores para que o andamento do seu processo escolar não desmorone e sendo bom aluno (de boa conduta, disciplinado e esforçado) tem grandes possibilidades de ser um bom professor. Por outro lado aquele oriundo de uma família desestruturada se não for contido a tempo será um aluno indisciplinado, de péssima conduta e distante do pai (Sifu) de sua família kung fu, jamais compreendera a essência do seu sistema e das artes marciais em geral, pois sem uma convivência próxima dele como absorverá as abordagens e refinamentos técnicos e vida kung fu no todo?
Eu, Sifu Mendes, mantive intercambio durante o período que estive na Europa, dez 2005 á jan 2006, na sede da Worldcka – Itália (FEDERAÇÃO MUNDIAL) e campeonatos mundiais organizados pela referida entidade com vários peritos (sifus) de diversos estilos de kung fu (YEN JAO, TONG LONG, TAI SHING PEK KWAR, WING CHUN, FUT GAR, HUNG GAR, CHOY LI FUT, PA KWA, HSING, WU DANG, PAK SHAOLIN, TAI CHI CHUAN, etc) e concordamos que ninguém pode se auto intitular SIFU, se este titulo não for concedido por outro Sifu ou Entidade com ramificação na China. Tradicionalmente um Sifu é aquele que conhece historia chinesa, assim como é capaz de ler, escrever e conversar na língua chinesa e significa uma vida de conhecimento pertinente a Educação Física, Defesa Pessoal, Competição, Medicina, Meditação, Cultura chinesa, além de amar todas as artes marciais, respeitar outros estilos seus lideres dizendo somente coisas boas, pois no geral a meta de todas as artes marciais é a mesma. O fato de ensinar 8 ou mais horas ao dia, ter 500 ou 1000 alunos, ser excelente lutador não torna ninguém automaticamente um mestre a não ser queira ser considerado um fanfarrão e imoral praticante pelas tradições chinesas.
Os sistemas praticados na ASSOCIAÇÃO FATSHAN DE KUOSHU adotam a seguinte hierarquia na prática do Kung Fu, onde as nominações dadas aos praticantes conforme o tempo de prática, habilidade, relacionamento com Sifu (Pai ou Mestre da escola) lembram relações parentais e uma forma de preservação do caráter familiar das artes marciais chinesa internamente e de acordo com a convivência com o Sifu este poderá conceder ao praticante nome de guerra (patente), resgatando o caráter militar do Kung Fu.
OBS.: Fora dos limites do KWOON (Academia) um casal, por exemplo, utiliza este titulo: SING-SAN (Marido) e SI-MO (Esposa).Em qualquer Escola Tradicional utiliza-se somente o termo SHIFU para os peritos que alcançarem a Cinta Preta do 3º grau em diante ficando a critério de cada um utilizar os títulos SHIBOK (SI BOK), SHIKUNG (SI KUNG), ou SHIDAIKUNG (SI TAI GUNG) ou não dentro dos limites do KWOON.